segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

RONALDO LUIZ NAZÁRIO DE LIMA



Foi em milnovecentosguaranácomrolha,tinha 7 ou 8 anos e meu babbo me levou ao Palestra Itália para assistir Palmeiras X "Chimbinha do Agreste" (desculpem-me, não lembro o nome do time adversário). Sentamos nas cadeiras numeradas, bem no meio da torcida do amendoim. 
Começa o primeiro tempo: 0 X 1, logo no início. Quase 45' e o placar está 0 X 2.
Segundo tempo: Palmeiras parecia um zumbi em campo e lá pelos 30' o adversário sela o placar 0 X 3. 
Vaias e mais vais, palavrões dos mais cabeludos, homens furiosos começam a gritar que iriam na porta do vestiário "pegar aqueles mercenários". Meu babbo vai junto e como estava com ele, fui a tiracolo.
Já estávamos todos na porta do vestiário e as portas fechadas. Nenhum som saía lá de dentro, e os palestrinos furiosos. Aqueles gritos não paravam. Eis que o portão se abre e sai de lá um homem alto, cabelo branco-amarelado, cabeça em pé., olhos fixos no horizonte. Era Ademir da Guia. 
Os gritos começaram a diminuir, um murmúrio, o silêncio. Ademir não olhava para os lados, só para frente e os machões puseram seus rabos no meio das pernas e foram embora. Ninguém tinha coragem, nem peito para bater no Ademir, e perceberam que a violência não iria mudar o placar do jogo.
Lembrei-me dessa história ao ver hoje o Ronaldinho, o Ronaldo, o Fenômeno, o Gordo, o Ronalducho na TV.
A cabeça erguida chegando à sala de imprensa.
Ao contrário de Ademir, Ronaldo quis dar explicações, afinal era seu último dia como jogador profissional. Apresentou os motivos e um deles foi falar sobre a agressividade sofrida.
Ronaldo, só você mesmo para fazer com que uma Palmeirense escrevesse sobre um jogador do Corinthians. Mas pensando bem, você foi e sempre será um jogador brasileiro.
Ronaldo, não precisava pedir desculpas, você fez tudo o que podia ser feito. Você não é o vilão, você é um supera-dor.
Ronaldo, o corpo prega umas peças nada agradáveis e seu distúrbio será normalizado.
Ronaldo, vou aqui usar as palavras da presidenta Dilma: "Neste momento de despedida, quero enviar minha saudação ao jogador Ronaldo Luís Nazário de Lima, um brasileiro que se tornou 'Fenômeno'. Um dos jogadores mais talentosos da história do futebol, Ronaldo conquistou dois Mundiais com a Seleção Brasileira e é, até hoje, o maior artilheiro de Copas do Mundo. Em plena atividade, o jogador, que foi um exemplo de superação, já tinha se tornado uma verdadeira lenda."



2 comentários:

  1. adeus Ronaldo! adeus Fenômeno! eu lamento - neste e em muitos outros casos - a nossa pequena vida. Reinvindico a imortalidade para os gênios de coração, de corpo e de espírito.

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